LENDA DE IMEMBUÍ
Aristilda Rechia
Conta a lenda que na tribo dos Minuanos, um dos grupos indígenas habitantes nas margens do riacho Itaimbé, morava Imembuí, uma índia muito bonita, de tez clara, cabelos longos e olhos muito negros. Seu nome significa a salva das águas, pois ela nasceu quando sua mãe, a índia Yboquitã, banhava-se nas águas do arroio. Era uma jovem muito querida e admirada por todos de sua tribo e despertava interesse dos jovens índios das tribos vizinhas.
Acangatu, um jovem índio da tribo dos Tapes, que habitavam a outra margem do arroio Itaimbé, apaixonou-se por Imembuí, e para testemunhar seu amor e sua coragem, todos os dias trazia-lhe uma caça como presente. Porém, a jovem índia tinha por ele somente uma afeição de irmã. Certo dia encheu-se de coragem e disse a Acangatu o que sentia por ele. O índio, decepcionado, ferido em seu amor próprio, embrenhou-se na floresta e ninguém mais o viu na aldeia.
Nessa época, um grupo de bandeirantes que regressava da Colônia do Sacramento, provavelmente na segunda metade do século XVII, onde haviam ido levar provisões para a Guarnição Portuguesa, avistou a aldeia dos Minuanos e julgou eles presa fácil, pois só avistaram, de longe, uma manada de cavalos, pacificamente pastando.
Os bandeirantes costumavam apreender índios, escravizá-los e levá-los para São Paulo, a fim de trabalharem nas lavouras. De longe viram apenas uma cavalhada tranqüila. E atacaram a aldeia. Entretanto, surpreendente engano: em cada cavalo um guerreiro escondia-se no flanco oculto da montaria. Os minuanos, avisados, por seu vigia, do perigo que se avizinhava, em violenta carga dizimaram os atacantes. Os que não foram mortos fugiram ou foram feitos prisioneiros. O bandeirante português, Rodrigo, que estava entre os prisioneiros, foi também condenado à morte.
O prisioneiro tocava uma música dolente no seu violão e cantava a saudade de sua terra e o destino triste que o levava a um doloroso fim. Era um moço simpático e valente. Imembuí, ouvindo seu canto e admirando aquele rosto bonito, comoveu-se e sempre se aproximava dele para ouvi-lo cantar. Seu coração jovem e sensível apaixonou-se por Rodrigo, e sabendo do destino cruel que o aguardava foi suplicar a seu pai, o Cacique Apacani, para que o poupasse da dura sorte. Este, que não negava nem um pedido de sua filha, atendeu-a, tendo Rodrigo passado a viver com os índios.
Foi realizado o casamento de Imembuí e Rodrigo, em grandes festas, de acordo com o ritual indígena. A partir daí, Rodrigo passou a chamar-se Morotin. Casaram-se, mais tarde, nas Missões, onde também foi batizado o filho deles, José. O indiozinho José tornou-se um jovem forte e corajoso, e começou a afastar-se de casa, exercitando-se como caçador. Sua mãe sempre o recomendava para que tomasse cuidado, pois, como ele ainda era um menino, poderia ser uma presa fácil de alguma fera faminta.
Um dia José embrenhou-se na mata para caçar e se perdeu. Não conseguiu encontrar o caminho de volta. Seus pais procuraram-no por toda parte, em vão. O menino havia desaparecido. Talvez um animal o tivesse ferido, ou uma cobra venenosa o tivesse picado. Imembuí muito chorou e desaparecimento do filho.
José, perdendo o caminho de casa, foi andando, andando pela mata, até que anoiteceu. Aconchegou-se no oco de uma árvore, abrigando-se do frio e das feras e aí passou a noite. E no dia seguinte, continuou a andar. Muito andou, até que chegou às margens de um grande rio, encontrando uma choupana, habitada por um índio que o acolheu. Conversando com o índio, José contou-lhe sua história. O homem, comovido, dispôs-se a ajudá-lo, conduzindo José até a sua aldeia. José, considerado perdido, teve um retorno alegremente comemorado por todos.
Imembuí e Morotin, agradecidos ao homem que encontrara o seu filho, convidaram-no a participar da alegria de toda a tribo. Reconheceram nesse homem o índio Acangatu, que já havia se curado de sua paixão por Imembuí.
De acordo com essa lenda, Santa Maria teve sua origem no amor que uniu uma índia com um branco, nas margens do Arroio Itaimbé, que hoje corre canalizado sob o calçamento do Parque Itaimbé, na cidade Coração do Rio Grande!
http://www.bombachalarga.org/
Aristilda Rechia
Conta a lenda que na tribo dos Minuanos, um dos grupos indígenas habitantes nas margens do riacho Itaimbé, morava Imembuí, uma índia muito bonita, de tez clara, cabelos longos e olhos muito negros. Seu nome significa a salva das águas, pois ela nasceu quando sua mãe, a índia Yboquitã, banhava-se nas águas do arroio. Era uma jovem muito querida e admirada por todos de sua tribo e despertava interesse dos jovens índios das tribos vizinhas.
Acangatu, um jovem índio da tribo dos Tapes, que habitavam a outra margem do arroio Itaimbé, apaixonou-se por Imembuí, e para testemunhar seu amor e sua coragem, todos os dias trazia-lhe uma caça como presente. Porém, a jovem índia tinha por ele somente uma afeição de irmã. Certo dia encheu-se de coragem e disse a Acangatu o que sentia por ele. O índio, decepcionado, ferido em seu amor próprio, embrenhou-se na floresta e ninguém mais o viu na aldeia.
Nessa época, um grupo de bandeirantes que regressava da Colônia do Sacramento, provavelmente na segunda metade do século XVII, onde haviam ido levar provisões para a Guarnição Portuguesa, avistou a aldeia dos Minuanos e julgou eles presa fácil, pois só avistaram, de longe, uma manada de cavalos, pacificamente pastando.
Os bandeirantes costumavam apreender índios, escravizá-los e levá-los para São Paulo, a fim de trabalharem nas lavouras. De longe viram apenas uma cavalhada tranqüila. E atacaram a aldeia. Entretanto, surpreendente engano: em cada cavalo um guerreiro escondia-se no flanco oculto da montaria. Os minuanos, avisados, por seu vigia, do perigo que se avizinhava, em violenta carga dizimaram os atacantes. Os que não foram mortos fugiram ou foram feitos prisioneiros. O bandeirante português, Rodrigo, que estava entre os prisioneiros, foi também condenado à morte.
O prisioneiro tocava uma música dolente no seu violão e cantava a saudade de sua terra e o destino triste que o levava a um doloroso fim. Era um moço simpático e valente. Imembuí, ouvindo seu canto e admirando aquele rosto bonito, comoveu-se e sempre se aproximava dele para ouvi-lo cantar. Seu coração jovem e sensível apaixonou-se por Rodrigo, e sabendo do destino cruel que o aguardava foi suplicar a seu pai, o Cacique Apacani, para que o poupasse da dura sorte. Este, que não negava nem um pedido de sua filha, atendeu-a, tendo Rodrigo passado a viver com os índios.
Foi realizado o casamento de Imembuí e Rodrigo, em grandes festas, de acordo com o ritual indígena. A partir daí, Rodrigo passou a chamar-se Morotin. Casaram-se, mais tarde, nas Missões, onde também foi batizado o filho deles, José. O indiozinho José tornou-se um jovem forte e corajoso, e começou a afastar-se de casa, exercitando-se como caçador. Sua mãe sempre o recomendava para que tomasse cuidado, pois, como ele ainda era um menino, poderia ser uma presa fácil de alguma fera faminta.
Um dia José embrenhou-se na mata para caçar e se perdeu. Não conseguiu encontrar o caminho de volta. Seus pais procuraram-no por toda parte, em vão. O menino havia desaparecido. Talvez um animal o tivesse ferido, ou uma cobra venenosa o tivesse picado. Imembuí muito chorou e desaparecimento do filho.
José, perdendo o caminho de casa, foi andando, andando pela mata, até que anoiteceu. Aconchegou-se no oco de uma árvore, abrigando-se do frio e das feras e aí passou a noite. E no dia seguinte, continuou a andar. Muito andou, até que chegou às margens de um grande rio, encontrando uma choupana, habitada por um índio que o acolheu. Conversando com o índio, José contou-lhe sua história. O homem, comovido, dispôs-se a ajudá-lo, conduzindo José até a sua aldeia. José, considerado perdido, teve um retorno alegremente comemorado por todos.
Imembuí e Morotin, agradecidos ao homem que encontrara o seu filho, convidaram-no a participar da alegria de toda a tribo. Reconheceram nesse homem o índio Acangatu, que já havia se curado de sua paixão por Imembuí.
De acordo com essa lenda, Santa Maria teve sua origem no amor que uniu uma índia com um branco, nas margens do Arroio Itaimbé, que hoje corre canalizado sob o calçamento do Parque Itaimbé, na cidade Coração do Rio Grande!
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Aristilda Rechia é natural de Santa Maria/RS. Formada em Letras, é Poeta, Declamadora, Escritora, Pesquisadora, Fundadora e 1ª Presidente da Associação Santa-Mariense de Letras e a autora da letra do Hino Oficial de Santa Maria.
*** Numere os parágrafos.
1) Procure no dicionário:
a) tez-________________________________________________
b) embrenhou-se-________________________________________
c) flanco-______________________________________________
d) provisões-____________________________________________
e) dizimaram-___________________________________________
2) Trabalhando a lenda:
a) Onde acontece a história?
b) Acangatu apaixonou-se por Imembuí, mas em seguida decepcionou-se. Por que isto aconteceu?
c) Por que Rodrigo foi poupado de morrer e passou a morar com os índios?
d) Rodrigo passou-se a chamar Morotin, por quê?
e) Qual nome recebeu o filho de Morotin e Imembuí?
f) O que aconteceu com José?
g) Quem salvou José e levou-o de volta para a aldeia?
h) De acordo com a lenda, como surgiu nosso município?
3) De acordo com a lenda, faça a descrição:
a) Índia Imembuí: _______________________________________________
b) Morotin:_________________________________
c) Indiozinho José: _______________________________
4) Pinte o parágrafo que conta como os bandeirantes atacaram os índios.
a) Onde acontece a história?
b) Acangatu apaixonou-se por Imembuí, mas em seguida decepcionou-se. Por que isto aconteceu?
c) Por que Rodrigo foi poupado de morrer e passou a morar com os índios?
d) Rodrigo passou-se a chamar Morotin, por quê?
e) Qual nome recebeu o filho de Morotin e Imembuí?
f) O que aconteceu com José?
g) Quem salvou José e levou-o de volta para a aldeia?
h) De acordo com a lenda, como surgiu nosso município?
3) De acordo com a lenda, faça a descrição:
a) Índia Imembuí: _______________________________________________
b) Morotin:_________________________________
c) Indiozinho José: _______________________________
4) Pinte o parágrafo que conta como os bandeirantes atacaram os índios.
5) “José, muito andou, até que chegou às margens de um grande rio, encontrando uma choupana, habitada por um índio que o acolheu.”
*** Retire da frase:
a) um substantivo próprio:__________________
b) três verbos no pretérito:__________________________________
c) um adjetivo:___________________
d) um artigo indefinido:______
e) duas palavras com encontro vocálico:____________________
f) uma palavra com encontro consonantal:___________________
g) uma palavra com hiato:____________
6) Substituas as palavras destacadas por pronomes pessoais do caso reto:
a) A jovem era muito querida e admirada por todos de sua tribo. (_______)
b) Rodrigo passou a chamar-se Morotin. (________)
c) Seus pais procuraram-no por toda parte, em vão. (______)
7) Conjugue o verbo da frase no tempo presente:
O índio encontrou o filho de Imembuí.
Eu________________ Nós__________
Tu________________ Vós__________
Ele________________ Eles__________
8) Circule as palavras com DÍGRAFOS:
a) O cacique não negava nem um pedido de sua filha.
b) O indiozinho José tornou-se um jovem forte e corajoso.
c) Sua mãe sempre o recomendava para que tomasse cuidado.
9) Marque a alternativa que possui somente palavras com ditongo:
a) ( ) índio- bandeirantes- noite
b) ( ) choupana- nasceu- riacho
c) ( ) filho- menino- violão
10) Ilustre a lenda em quadrinhos: (montagem de painel para expor)
10) Ilustre a lenda em quadrinhos: (montagem de painel para expor)
Atividades elaboradas por Profe Janete Motta
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